A pauta na Câmara dos Deputados neste dia 8 de março não poderia ser diferente: Dia Internacional da Mulher. Mas em meio a tantos discursos de comemoração, o deputado Bacelar (PTN/BA) chamou a atenção para a situação das mulheres brasileiras perante a reforma da previdência. “O governo diz que não há motivos para diferenciação. Alega que elas, em média, vivem mais e ocupam igualmente os postos de trabalho. Só que a proposta desconsidera a dupla, tripla jornada da mulher brasileira. Elas passam mais de 5 horas por dia trabalhando em casa, sem contar o tempo que gastam no emprego. Enquanto os homens se dedicam apenas uma hora por dia as tarefas domésticas. Portanto, é injusto exigir 49 anos de contribuição e 65 de idade para se aposentar” completou.
Bacelar fez duras críticas ao governo ao afirmar que reforma da previdência representa uma sequência de erros e lembrou que de cem aposentadorias, apenas 30 são concedidas às mulheres. “Elas raramente se aposentam por tempo de contribuição. “É um erro querer igualar realidades tão distintas porque o Brasil é muito diverso e muito desigual para comparar condições de vida, de moradia e regionais entre mulheres e homens. É um erro querer acabar com as conquistas sociais da Constituição Federal de 88” disparou.
O petenista disse que a data é política e merece debates e reflexões profundas dentro e fora do parlamento. “Só o fato de as mulheres ainda precisarem ter um dia específico para lembrar da sua importância, de suas lutas e conquistas já é um sinal de que estamos no meio do caminho. Por outro lado, a data existe para celebrar a luta pelo fim da desigualdade de gênero e colocar em pauta questões que precisam ser discutidas sistematicamente e essa é sua importância. O dia de hoje tem mais caráter político do que festivo”.
No final, Bacelar fez um apelo às deputadas federais: “Senhoras deputadas, não podemos aprovar o texto atual da reforma da previdência. Quero ver quem terá a coragem de votar a favor desta da violência contra a mulher. Sim, do jeito que está podemos considerar a reforma como uma violência. União. Esta é a palavra de ordem para o momento” finalizou.