A Comissão de Fiscalização Financeira (CFFC) da Câmara dos Deputados aprovou, esta semana, requerimento de autoria do deputado federal Bacelar (PV-BA) que solicita informações ao ministro dos Transportes, José Renan Filho, sobre a obra de duplicação da BR-101, no trecho que liga Aracaju (SE) a Alagoinhas (BA).
Iniciada ainda em 2014, no governo da presidenta Dilma Rousseff, a duplicação da BR-101 se tornou um símbolo de atrasos, descaso e desperdício de recursos públicos. Apesar de mais de uma década de investimentos e sucessivas promessas de conclusão, a obra segue inconclusa.
“O que deveria ser uma obra estruturante virou um interminável canteiro de promessas, marcado pela lentidão e pela falta de transparência. É inadmissível que, após tantos anos, a população da Bahia e de Sergipe continue sem respostas claras sobre o andamento da duplicação”, criticou Bacelar.
O parlamentar lembra que, ao longo dos anos, diferentes governos fizeram anúncios e inaugurações parciais, sem que o projeto fosse concluído de fato. Em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro chegou a inaugurar 22 quilômetros no lote 4, criando a impressão de que a obra estaria perto do fim — o que não ocorreu.
De acordo com o DNIT, contratos foram rescindidos devido a falhas e defasagem de projetos de engenharia, o que revela graves erros de planejamento e gestão. Em 2025, uma nova ordem de serviço foi anunciada para o trecho entre Alagoinhas e a divisa com Sergipe, orçada em R$ 300 milhões.
Bacelar afirma que o objetivo do requerimento é garantir transparência e responsabilização. “Queremos saber quanto já foi gasto, quais contratos estão vigentes e em que estágio real está a execução. A sociedade merece saber onde está sendo aplicado o dinheiro público”, reforçou o deputado.
Para ele, a atuação da Câmara é essencial para fiscalizar o uso dos recursos públicos e assegurar que obras estratégicas não fiquem à mercê da má gestão. “A Bahia e o Nordeste não podem mais esperar. É papel do Parlamento cobrar transparência, eficiência e respeito com o dinheiro do povo”, concluiu Bacelar.